sexta-feira, 9 de março de 2012

A Morte do Bispo e Questões de Filhos Adotivos - Pr. Jader Borges

…“Tendo em vista que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes e pecadores… parricidas e matricidas, homicidas”… ( 1 Timóteo 1.9).
A última vez que vi o bispo Robinson Cavalcanti foi no aeroporto do Recife, entre as tantas idas e vindas dele e também minhas, por esse Brasil e mundo a fora. E foi até em um contexto até engraçado: companhias iguais, mas destinos diferentes, daí o equívoco de fingers, aqueles tubos que ligam o saguão ao avião. E nós rimos da situação. Ele me disse: “já pensou se eu sigo neste vôo ‘errado’, e o pessoal lá da cidade para onde vou, fica me esperando em vão no aeroporto?” E eu respondi: “não tem problema: você é tão conhecido, que logo, logo, onde chegar alguém lhe pedirá para falar algo”. Nos despedimos e ele foi para o seu ‘finger certo’.
A primeira vez que vi Robinson Cavalcanti foi quando ele ainda não era “Dom”, mas sim, Professor Robinson Cavalcanti, já há muito militando na política, como cientista político que também era. Foi como candidato a Deputado Estadual e eu, como jovem integrante da Diretoria da Mocidade da Igreja Presbiteriana das Graças, no Recife, onde Robinson viria dar uma palestra sobre o tema: “o primeiro voto de um cidadão crente”. Lembro-me também de D. Mirian, sua esposa, nos recebendo em sua casa e com o marido nos ajudando a preparar estudos sociais e políticos com suas opiniões, para um trabalho desses de Colégio, nos idos do começo dos anos 1980.
Depois, entre a primeira e a última vez, entre tantas vezes no Recife, ainda, nunca mais o vi. E foi aí que eu soube da sua trágica morte.
Algumas pessoas, sabedoras que trabalho com assuntos como “infância”, “Departamento Infantil” e também que escrevo, prego para pais e sobre famílias, me procuraram para saber algo muito sério: “o que isso tem a ver com o fato de ser filho adotivo”?
Sim, porque tudo indica que o principal suspeito do assassinato seja um filho adotivo do bispo, que segundo a imprensa, era problemático, metido com drogas, etc. Respondi o que penso: nada a ver com o fato de alguém ser filho adotivo e tudo a ver com o fato de alguém ser pecador, e pecador envolvido com questões como drogas é um fato e fator que pode aumentar e muito a possibilidade de vir a ser ou tornar-se problemática. “Ser adotivo” não é e nunca foi um problema. Se compararmos os casos de parricídios e matricídios, a proporção de filhos adotivos que matam seus pais é até menor do que os casos que envolvem os filhos do útero e da consangüinidade. O jovem que matou a mãe recentemente em São Paulo, era seu próprio filho. A moça de sobrenome alemão, que chocou o Brasil com o seu pacto macabro de assassinato dos pais, tinha o DNA dos falecidos.
Riscos e suas tragédias.
Ouso comentar aqui as falhas que alguns pais adotantes podem ter com relação à criação de filhos adotivos, capazes de desencadear problemas, não em proporções de homicídio, mas também com seus graus de dificuldades suficientes para gerarem grandes e longos desconfortos.
E então? Quando é que pais adotivos e filhos adotados podem falhar? Penso em quatro possíveis respostas, pelo que vejo e escuto, aconselhando gente de ambos os lados:
1. Quando pais agem com comiseração (“peninha”) para com o adotado, e quando o adotado age com extorsão emocional para com os adotantes.
Infelizmente não é pequena a incidência desse erro, nesses casos. Pais tendem a ‘afrouxar’ mais as regras para com o filho adotado, pensando que ele “já sofreu demais na vida, ainda muito criança”. Foi, talvez, um bebê abandonado; largado pelos pais naturais, etc. Em alguns casos, a maneira como pais adotivos encontraram a criança, com traços de inanição e feridas e machucados na ocasião do primeiro contato, pode chocar e levar os pais a congelarem esta imagem, passando a transportá-la para tudo quanto é situação e contexto, pelo resto da vida, no crescimento daquela criança. O filho poderá com isso passar a ser sempre visto como “o “coitadinho do menino” no inconsciente do lar. E para ele certas tolerâncias serão mais extensas e certas cobranças serão facilmente adiadas. A tendência de muitos pais será a de ‘facilitar’, senão ao máximo, pelo menos bastante, a vida do adotivo… que ‘já sofreu demais na vida’. Esta ‘criação com peninha’ só fará mal, pois a tendência será deixar a criança entregue a si mesma, no final (ver, Pv 29.15) afinal, não se deve contrariar “o bichinho” (termo muito usado no Nordeste, por exemplo, e que denota [muito] mais carinho, [muito] mais dengo e mimos, e até [muito] mais [e excessiva] complacência.
Ora, o adotado até pode ter sofrido bastante no início da sua vida, mas agora não sofre mais, desde que passou a integrar uma amorosa e calorosa [nova e definitiva] família. Por graça e para a sua felicidade, ele encontrou, de fato, um lar. Agora, bem tratado e bem orientado, poderá e deverá crescer como os demais filhos, tendo sim regras, compromissos e responsabilidades iguais. E se for filho único, que as regras, compromissos e responsabilidades que esta criança deva ter desde o início, como filho e cidadão; como gente que passou a ter a felicidade e oportunidade de ter sido buscado para integrar uma família, recebendo com isso nome e sobrenome, com direito a dignidade, educação e boa orientação, devem ser mantidas e bem tratadas sempre.
Sim, que todas as responsabilidades e também cobranças sadias inerentes lhe sejam bem definidas, cumpridas e exigidas. Provérbios 22.6 valerá igualmente para ele, e para ele tem e deverá ter o mesmo peso. O que o filho adotivo tinha de triste e de tristezas no início da sua história, quando ele foi adotado, geralmente foi bem suplantado pelo que veio a ter e passou a ser: integrado  a uma família, recebido em um lar, recebendo um nome e ganhando pais, de fato e na beleza e singularidade do que venha a ser de fato o fato de agora “ter pais”!
Estulto como ser humano (ver, Pv 22.15a) o filho adotivo, percebendo que há brechas em sua criação e que tem mais liberdade para agir e reagir com irresponsabilidades e intransigências por causa da ‘grande peninha’ que já viu que seus pais revelam e mantêm, poderá enveredar por muitos males, sendo o da extorsão emocional crescente e persistente, uma delas. Seu coração, de adotivo ou não, é antes de tudo coração de homem pecador, e pode desenvolver-se com perversidades e meter-se em grandes esquemas de corrupções logo cedo, se não for corrigido e bem orientado em amor e com a devida firmeza (veja, Jr 17.9 sobre o coração humano).
2. Quando a adoção não é bem pensada e quando as responsabilidades de ambos (pais adotivos) não são bem trabalhadas preventivamente, ou circunstancialmente, com oração e através de estudos e acompanhamentos sérios.
Muitas dificuldades virão quando, antes da adoção, as coisas não ficarem bem claras entre os dois que serão pais de um ser humano, podendo vir esta criança com uma história bem difícil de início de vida. O bebê, ou a criança pequena que foi adotada, poderá trazer consigo traumas emocionais muito fortes, por ter passado por situações bem difíceis. É sabido que a vida intra-uterina pode sofrer tanto quanto a extra-uterina; que o bebê sente, e muito (rejeição; ataques, ofensas, etc). Oração, estudos, acompanhamento clínico com profissionais da área da saúde (também mental) podem e devem ter vez. Estudiosos nestas áreas poderão ser consultados e ouvidos. Há também boa leitura e farto material para pesquisas.
Adotar com o devido preparo prévio ajudará e muito a lidar com situações que revelam ou revelarão traumas intra-uterinos existentes. A Graça de Deus é abundante e dará sabedoria aos que pedirem, também em casos como estes (ver, Tg 1.5). A devida compreensão de situações aqui narradas, ao invés de conduzir a erros (como o da comiseração, acima), poderá ser porta para acesos ao coração de uma pessoa que sofreu, ou que traz consigo ainda resquícios de muitas dores (se for esta a sua história), apresentando-lhe o amor e a graça de um Deus poderoso e infinito, que não se cansa de amar.
Há ainda que se considerar situações genéticas. Muitas enfermidades da mente são de procedência desta situação, e quando não se sabe quem são os pais que geraram a criança e seus históricos, dificuldades e certas enfermidades mentais aflorarão mais tarde, sem que se conheça tanto ‘a história’ dos pais geradores, o que poderá dificultar certos processos. Mas nada que a dedicação, a persistência, a oração e o estudo de fatos e casos, com o devido acompanhamento também profissional na área em questão, não seja um meio de graça para ser tratado, pois se assim fosse, e quando os filhos do útero e do DNA também apresentassem certos sintomas e revelassem grandes problemas em certas áreas, como seria? Desistir-se-ia deles? Bíblica e até humanamente falando (questão de humanidade; de índole humana que carrega consigo a imago Dei), diz: nunca!
Certos erros poderão desencadear crises se, por exemplo, o homem se ausentar ou esquivar; se ele ‘concordou em adotar’, mais porque a mulher queria muito ter um filho e este foi um meio, ou se a mulher achar que a tarefa é mesmo pesada demais para ela, e ‘largar’ a criança para o pai cuidar. E ainda há o risco de ambos contratarem uma babá para fazer o que eles “já largaram”.
Tanto adotar, como gerar um filho, tem o mesmo peso: envolvimento e comprometimento de cada um – homem e mulher – na devida observação a funções que um homem e uma mulher devam ter e manter no processo de criação de um ser humano.
3. Quando se “terceiriza” a criação, e quando filhos adotivos são ingratos.
Se a adoção não foi bem tratada e trabalhada antes, um dos riscos é o da transferência. O nome que “ele carrega” é até “o meu”, mas as responsabilidades, “eu pago” para outros terem por mim. Isto ocorre com muitas crianças, em muitas famílias hoje em dia. E não precisa ser “adotado” não. Nem preciso delongar-me aqui. Temos [maus] exemplos demais à nossa volta, com adotados ou com gerados.
Por sua vez, conheço pais amorosos e atenciosos em tudo, que sofrem com ingratidões desmedidas de filhos que foram adotados. Estes chegam a ser cruéis, agressivos e ferinos, tantas vezes. Não sabem agradecer, não sabem reconhecer. Claro que filhos gerados também podem ser e agir assim – e como tantos são e agem assim, infelizmente. Mas, pontuando mais sobre os que foram adotados, como é triste ver que alguns agem dessa forma para com os seus pais adotivos. Estes filhos rebeldes não irão longe e nem se darão bem na vida. Não terão a bênção e a aprovação de Deus.
4. Quando presença e ausência se confundem. E quando aquele que deveria ser (e agir) agradecido, age como um louco.
Uma coisa todo ser humano precisa, em qualquer idade: atenção e devido acompanhamento. Se, cedo na vida, estas necessidades são negociadas, adiadas, empurradas ou transferidas, isso poderá causar feridas. E aqui, longe de estar julgando “Robinson e Mirian” como pais, pontuarei apenas o que li nos jornais, visando ilustrar com este trágico acontecimento questões e situações capazes de envolver e atingir qualquer família e qualquer dos filhos de uma família.
Se foi o filho adotivo quem fez isso, lemos que ele “era problemático”, possivelmente “envolvido com drogas”, “de difícil trato e temperamento”… que “tem cerca de 29 anos” e que “residia nos Estados Unidos a pelo menos 15 anos 1”. Mas aqui, eu me pergunto: então, ele foi embora de casa muito novo! Com cerca de 15 anos, ou menos (e aqui, mais uma vez reitero: não estou julgando ninguém e desconheço totalmente a história e o histórico de criação deste filho). Apenas chamo a atenção para o fato de que “14 ou 15 anos” é idade para o menino estar em casa e bem perto dos pais. Que se ele residia nos EUA (desconheço os motivos), ainda que residisse com parentes amorosos, mesmo assim, parentes amorosos não são os pais e nem podem agir como estes agiriam. Se morava com amigos queridos e íntimos da família no exterior, mesmo assim: amigos não podem substituir nunca os pais.
Ninguém pode substituir um pai ou uma mãe, se as condições de família são normais e estão dentro de uma normalidade. Conflitos de e na criação, todos podemos ter, mas é no período da infância, da pré-adolescência e da adolescência que mais e muito uma vida jovem precisa ter os pais por perto e acompanhando tudo em sua vida, bem de perto.
Por sua vez, tem tantos filhos que querem ver o pai e a mãe “pelas costas”, como popularmente se diz. Tem os que desprezam seus pais e se isolam, distanciam ou, simples e friamente arrumam as suas coisas e vão embora, como um dia o filho pródigo – e ingrato – fez ( Lc 15.11ss)
Você e eu – se você que me lê for pai/mãe – compreende o que eu digo e quero destacar. Dificuldades com um filho, com uma filha, todos podemos ter. A distância geográfica pode acarretar em sérios problemas. A distância glacial também dentro de casa, pode gerar o mesmo efeito.  Cuidado com as distâncias, todas elas.
Enquanto escrevo, como pastor e com pai de duas meninas adolescentes, luto para aprender a lidar com o que Dom Robinson também devia lutar, e muito: com a questão da agenda e dos muitos compromissos. Tantas vezes isso é possível acontecer com pastores, pregadores e palestrantes: enchermos as nossas agendas e nos tornarmos escravos ou reféns, das mesmas. Quantas vezes, como pastor, “eu sinto que devo salvar o mundo e a todos”, e quantas vezes eu me sinto fraco e estafado? E aí, quem primeiro sente os meus sintomas de cansaço e de stress? Com quem eu primeiro respondo até rispidamente, sem perceber? Com aquelas pessoas que me são mais queridas e próximas, que têm o meu sobrenome, tantas vezes, infelizmente. Sou levado a pensar que as minhas filhas têm a obrigação de entender “o ministério do papai” e que agora eu estou bem cansado e indisposto para elas.
Ah, como sofro com isso e como choro por já ter agido assim. E, insisto: não estou dizendo que Robinson Cavalcanti fez isto e foi assim. Não estou dizendo isto, jamais! Agora falo para pais, e muitos entendam o que eu tento destacar aqui.
Encerro este já longo artigo, rogando aos pais, principalmente se estão tão atarefados em tantas coisas: nós precisamos parar e pensar muitas coisas que envolvam as nossas vidas e famílias. Saibamos nós que um ministério ou carreira qualquer, bem eficiente e abrangente, nunca será sinônimo e garantia de uma família feliz, como, uma família feliz, redundará em um ministério ou carreira realmente feliz. Cuidemos urgentemente em refletir sobre isto.
Ser adotivo ou ser gerado no ventre. Que Deus nos ajude a saber lidar melhor com as nossas famílias, estudando, orando, meditando nas Sagradas letras e aprendendo sempre, para evitarmos ou bem superarmos erros que atinjam tanto os adotados, como os gerados.
Eles são filhos, sempre.
E poder contar com os pais, sempre, é um grande privilégio.
Amém.

1 - Do portal de Notícias da Globo Pernambuco: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/02/filho-adotivo-mata-pai-e-mae-facadas-e-tenta-se-matar-em-olinda.html

quinta-feira, 1 de março de 2012

Cientistas Famosos que Criam em Deus

Cientistas Famosos que Criam em Deus

por  Richard L. Deem


1. Nicolau Copérnico (1473-1543)

Copérnico foi o astrônomo polonês que propôs o primeiro sistema de planetas matematicamente baseado ao redor do sol. Ele lecionou em várias universidades européias, e tornou-se um cônego da igreja Católica em 1497. Seu novo sistema foi apresentado realmente pela primeira vez nos jardins do Vaticano, em 1533, ao Papa Clemente VII, que o aprovou, e Copérnico foi encorajado a publicá-lo sem demoras. Copérnico nunca esteve sob qualquer ameaça de perseguição religiosa - e ele foi encorajado a publicar a sua obra tanto pelo Bispo Católico Guise, como também pelo Cardeal Schonberg e pelo Professor Protestante George Rheticus. Copérnico se referia às vezes a Deus em suas obras, e não via seu sistema como em conflito com a Bíblia.

                                                                                                    



                                                                                                 2. Johannes Kepler (1571-1630)

Kepler foi um brilhante matemático e astrônomo. Ele primeiramente trabalhou com a luz, e estabeleceu as leis do movimento planetário em torno do sol. Ele também chegou perto de atingir o conceito Newtoniano da gravidade universal - bem antes de Newton nascer! Sua introdução da idéia de força na astronomia, a mudou radicalmente numa direção moderna. Kepler era um luterano extremamente sincero e piedoso, cujas obras sobre a astronomia continham escritos sobre como o espaço e os corpos celestiais representam a Trindade. Kleper não sofreu perseguição por causa de sua aberta confissão de um sistema heliocêntrico, e, deveras, foi lhe permitido, mesmo sendo um protestante, permanecer na Universidade Católica de Graz como um professor (1595-1600), quando outros protestantes tinham sido expulsos!


3. Galileu Galilei (1564-1642)


Galileu é freqüentemente lembrado por seu conflito com a Igreja Católica Romana. Sua obra controversa sobre o sistema solar foi publicada em 1663. Ela não tinha provas de um sistema solar heliocêntrico (as descobertas do telescópio de Galileu não indicavam uma terra em movimento), e sua única "prova", baseada sobre as marés, era inválida. Ela ignorou as órbitas elípticas corretas dos planetas, publicadas há vinte e cinco anos atrás, por Kepler. Visto que sua obra acabou colocando o argumento favorito do Papa na boca do tolo no diálogo, o Papa (um velho amigo de Galileu) ficou muito ofendido. Após o "teste" e, tendo sido proibido de ensinar o sistema heliocêntrico, Galileu fez sua obra teórica mais útil, que foi sobre dinâmica. Galileu disse expressamente que a Bíblia não podia errar, ele viu seu sistema relacionado ao assunto de como a Bíblia deve ser interpretada.


                                                                                4. René Descartes (1596-1650)
Descartes foi um matemático, cientista e filósofo francês, que tem sido chamado o pai da filosofia moderna. Seus estudos escolares fizeram com que ele ficasse insatisfeito com a filosofia precedente: Ele tinha uma profunda fé religiosa como um Católico, que ele reteve até o dia de sua morte, junto com desejo resoluto e apaixonado de descobrir a verdade. Aos 24 anos de idade teve um sonho, e sentiu o chamado vocacional para buscar trazer o conhecimento num único sistema de pensamento. Seu sistema começou perguntando o que se pode ser conhecido, se tudo mais for duvidoso - sugerindo o famoso "Penso, logo existo". Realmente, é freqüentemente esquecido que o próximo passo para Descartes foi estabelecer a mais próxima certeza da existência de Deus - porque somente se Deus existe e não queira que sejamos enganados pelas nossas experiências, podemos confiar em nossos sentidos e processos lógicos de pensamento. Deus é, portanto, central em toda a sua filosofia. O que ele realmente queira, era ver sua filosofia adotada como padrão do ensino Católico. René Descartes e Francis Bacon (1561-1626) são geralmente considerados como as figuras-chave no desenvolvimento da metodologia científica. Ambos tinham sistemas nos quais Deus era importante, e ambos pareciam mais devotos do que o normal para a sua era.


5. Isaac Newton (1642-1727)

Na ótica, mecânica e matemática, Newton foi uma figura de gênio e inovação indisputável. Em toda sua ciência (incluindo a química), ele viu a matemática e os números como centrais. O que é menos conhecido é que ele foi devotamente religioso e via os números como envolvidos no entendimento do plano de Deus, na Bíblia, para a história. Ele produziu uma grande quantia de trabalho sobre numerologia bíblica, e, embora alguns aspectos de suas crenças não fossem ortodoxos, ele estimava a teologia como muito importante. Em seu sistema de física, Deus é essencial para a natureza e a perfeição do espaço. Em Principia ele declarou: "Este magnífico sistema do sol, planetas e cometas, poderia proceder somente do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso. E, se as estrelas fixas são os centros de outros sistemas similares, estes, sendo formados pelo mesmo conselho sábio, devem estar todos sujeitos ao domínio de Alguém; especialmente visto que a luz das estrelas fixas é da mesma natureza que a luz do sol e que a luz passa de cada sistema para todos os outros sistemas: e para que os sistemas das estrelas fixas não caiam, devido à sua gravidade, uns sobre os outros, Ele colocou esses sistemas a imensas distâncias entre si.".

                                                                                    6. Robert Boyle (1791-1867)

Um dos fundadores e um dos primeiros membro-chave da Sociedade Real, Boyle deu seu nome à "Lei de Boyle" para os gases, e também escreveu uma obra importante sobre química. A Enciclopédia Britânica diz dele: "Por sua vontade ele doou uma série de leituras, ou sermões, que ainda continuam, para defender a religião Cristã contra os infiéis notórios...Como um Protestante devoto, Boyle teve um interesse especial na promoção da religião Cristã no exterior, dando dinheiro para traduzir e publicar o Novo Testamento para o irlandês e turco. Em 1690, ele desenvolveu suas visões teológicas no The Christian Virtuoso (O Cristão Virtuoso), que ele escreveu para mostrar que o estudo da natureza era um dever religioso central". Boyle escreveu contra os ateus em seus dias (a noção de que o ateísmo é uma invenção moderna é um mito), e foi claramente um Cristão muito mais devoto do que a maioria em sua época.


7. Michael Faraday (1791-1867)

O filho de um ferreiro que se tornou um dos maiores cientistas do século XIX. Sua obra sobre a eletricidade e magnetismo não somente revolucionou a física, mas conduziu à muitas coisas que fazem parte do nosso estilo de vida hoje, as quais dependem dela (incluindo computadores, linhas de telefone e web sites). Faraday foi um Cristão devoto, membro do Sandemanianismo [Nota do tradutor: seita cristã fundada em aproximadamente 1730, na Escócia, por John Glas (1695-1773), um ministro presbiteriano da Igreja da Escócia, juntamente com o seu genro, Robert Sanderman, de quem é derivado o nome da seita], o que significativamente o influenciou e fortemente afetou a maneira na qual ele se aproximou e interpretou a natureza. Os Sandemanianos se originaram dos presbiterianos que rejeitaram a idéia de igrejas estatais, e tentaram voltar ao tipo de Cristianismo do Novo Testamento.


                         8. Gregor Mendel (1822-1884)


Mendel foi o primeiro a lançar os fundamentos matemáticos da genética, o qual veio a ser chamado "Mendelianismo". Ele começou sua pesquisa em 1856 (três anos antes de Darwin publicou sua Origens das Espécies) no jardim do Monastério no qual ele era um monge. Mendel foi eleito Abade de seu Monastério em 1868. Sua obra permaneceu comparativamente desconhecida até a virada do século, quando uma nova geração de botânicos começaram a achar resultados similares e a "redescobri-lo" (embora suas idéias não fossem idênticas às suas). Um ponto interessante é que 1860 foi a década da formação do X-Clube, dedicado à diminuição das influências religiosas e propagação de uma imagem de "conflito" entre ciência e religião. Um simpatizante foi Francis Galton, primo de Darwin, cujo interesse científico estava na genética (um proponente da eugenia - aperfeiçoamento da raça humana para "melhorar" o estoque). Ele estava escrevendo sobre como a "mente sacerdotal" não era propícia à ciência, enquanto que, quase ao mesmo tempo, um monge australiano estava dando um santo inovador na genética. A redescoberta da obra de Mendel veio tarde demais para afetar a contribuição de Galton.


9. Kelvin (William Thompson) (1824-1907)


Kelvin foi o primeiro dentre um pequeno grupo de cientistas britânicos que ajudaram a lançar os fundamentos da física moderna. Sua obra cobriu várias áreas da física, e é dito ele ter mais cartas com o seu nome do que qualquer outra pessoa na Comunidade Britânica, visto que ele recebeu numerosos graus de honorários das Universidades Européias, que reconheceram o valor de sua obra. Ele foi um Cristão muito comprometido, certamente mais religioso que a maioria de sua época. Interessantemente, seus companheiros físicos, George Gabriel Stokes (1819-1903) e James Clerk Maxwell (1831-1879), foram também homens de profundo comprometimento Cristão, numa era quando muitos eram Cristãos nominais e apáticos, ou simplesmente anti-Cristãos. A Enciclopédia Britânica diz: "Maxwell é considerado por muitos dos físicos modernos como o cientista do século XIX que teve a maior influência sobre os físicos do século XX; ele é posto ao lado de Sir Isaac Newton e Albert Einstein, por causa da natureza fundamental de suas contribuições". Lord Kelvin foi um criacionista da Terra antiga, que estimava a idade da Terra como sendo algo entre 20 milhões e 100 milhões de anos, com um limite máximo de 500 milhões, baseado nas taxas refrescantes.


                                                                                      10. Max Planck (1858-1947)

Planck fez muitas contribuições para a física, mas é mais conhecido pela teoria quantum, a qual tem revolucionado nosso entendimento dos mundos atômicos e sub-atômicos. Em sua palestra "Religião e Ciência Natural", Planck expressou a visão de que Deus está presente em todos os lugares, e sustentou que "a santidade da Deidade inteligível é transmitida pela santidade de símbolos". Os ateus, ele pensava, dão muita atenção ao que são meramente símbolos. Planck foi um representante da igreja de 1920 até a sua morte, e cria num Deus todo-poderoso, onisciente e beneficente (embora não necessariamente um Deus pessoal). Tanto a ciência como a religião travaram uma "incansável batalha contra o ceticismo e dogmatismo, contra a incredulidade e a superstição", com o objetivo "direcionado para Deus!"


11. Albert Einstein (1879-1955)

Einstein é provavelmente o cientista mais conhecido e mais altamente reverenciado do século XX, e está associado com as maiores revoluções em nosso pensamento sobre tempo, gravidade e a conversão de matéria em energia (E=mc2). Embora nunca tenha chegado a crer num Deus pessoal, ele reconheceu a impossibilidade de um universo não-criado. A Enciclopédia Britânica diz dele: 'Firmemente negando o ateísmo, Einstein expressou uma crença no "Deus de Espinoza, que se revela na harmonia do que existe'". Isto realmente motivou seu interesse na ciência, como ele certa vez afirmou a um jovem físico: "Eu não sei como Deus criou este mundo, eu não estou interessado neste ou naquele fenômeno, no espectro deste ou daquele elemento. Eu quero conhecer os Seus pensamentos, o resto são detalhes". O famoso epíteto de Einsten sobre o "princípio da incerteza" era que "Deus não joga dados" - e para ele esta foi uma real declaração sobre um Deus em quem ele cria. Uma das suas afirmações famosas é: "Ciência sem religião é coxa, religião sem ciência é cega".



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Tradução livre: Felipe Sabino de Araújo Neto
Cuiabá-MT, 18 de Setembro de 2004.