segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ANIVERSÁRIO DA REFORMA PROTESTANTE - 494 ANOS


Nos dias 30 e 31 de Outubro de 2011 as Igrejas Presbiterianas em diferentes localidades do Brasil celebram cultos de ação de graças pelos 494 anos de Reforma Protestante.


De acordo com o historiador da Igreja Presbiteriana do Brasil, rev. Alderi Matos, a Reforma Protestante foi um movimento renovador. “Esse movimento foi ocorrido no cristianismo europeu do século 16 conclamando a igreja a retornar aos seus fundamentos bíblicos e neotestamentários dos quais ela havia se afastado ao longo dos séculos”.

Para os presbiterianos, relembrar esse importante momento histórico é uma forma de agradecer a Deus por sua ação em favor dos cristãos, pois, a  “Reforma deu origem às igrejas protestantes históricas, entre as quais a presbiteriana, que desde então tem se inspirado nos grandes princípios e verdades anunciados pelos reformadores e seus sucessores”, explicou rev. Alderi.


Os cultos deste ano em algumas igrejas, ocorrem no domingo (30) e na segunda-feira (31) que é a data oficial de comemoração.

“A recordação da Reforma é essencial porque nela estão os grandes fundamentos bíblicos e doutrinários que sustentam a nossa fé, sintetizados nos grandes lemas dos reformadores: Sola Scriptura, Sola Gratia, Sola Fides, Solo Christo, Soli Deo Gloria e o Sacerdócio de Todos os Crentes”, afirma rev. Alderi.


Para rev. Alderi, a realização de cultos é importante para manifestar a gratidão a Deus.  “A Reforma é um grande motivo de louvor e gratidão a Deus, e nada melhor para isso do que realizar cultos, nos quais a obra dos reformadores é objeto de ação de graças e a mensagem dos reformadores é mais uma vez anunciada ao povo de Deus”, conclui.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

A ÚLTIMA CARTA DE UM SOLDADO - John Randon


A Última Carta de um Soldado

John Randon

Um soldado mortalmente ferido na Batalha de Bunker’s Hill (1775), durante a Guerra da Independência Americana, escreveu à sua esposa na Inglaterra, pouco antes de morrer, a seguinte carta:
Meu querido amor,
Antes que recebas estas linhas, a morte cruel já me terá varrido do palco da vida. Nunca mais repousarás nestes braços; nem estes olhos, que agora mergulham nas sombras da morte, poderão vislumbrar tua gentil figura ou encher-se de encantamento, ao contemplar-te em companhia de nossos queridos filhos.
Ontem, entramos em obstinado e sangrento combate, onde muitos dos nossos foram feridos ou mortos. Recebi dois balaços, um na virilha e outro no peito. Estou tão fraco com a perda de sangue, que mal posso escrever-te estas poucas linhas, último tributo de meu amor imutável por ti. O cirurgião informou-me que três horas são o máximo que poderei sobreviver.
Quando viajava da Inglaterra para a América dispus-me a ler a Bíblia, por ser esse o único livro que possuía. Pela doce atração de sua graça, o Onipotente Pai de toda a humanidade se deleitou em atrair meu coração a Ele mesmo, iluminando, para isso, a minha mente.

Em nosso regimento, havia um cabo que professava a verdadeira fé cristã. Eu não tinha conhecimento de sua existência, até certa noite em que, através de oração fervorosa, pedi a Deus que me guiasse pelos caminhos da paz. Enquanto dormia, sonhei com esse homem e me dirigi a ele, chamando-o pelo nome, que era Samuel Pierce. O sonho impressionou-me tanto, que na manhã seguinte procurei informar-me se no regimento havia alguém com esse nome; e, atônito, fui encontrá-lo. Contei-lhe meu sonho, que o agradou muito. Nasceu entre nós uma forte amizade, e logo ele se deleitava em contar-me do grande amor de Deus pelos homens, em ter dado seu filho Jesus Cristo para derramar o seu sangue e morrer pela humanidade. Ele desvendou, diante de mim, os mistérios da salvação, a natureza do novo nascimento, a grande necessidade de santidade de coração e vida; e, resumindo, tornou-se meu pai espiritual. A ele, pela graça de Deus, devo todo o bem que conheço. Meu querido amor, desejo que conheças este abençoado modo de vida.
Logo que aportamos, aprouve a Deus falar de paz ao meu coração. Oh! Que encantamento, que alegria perene senti, através do sangue do Cordeiro! Agora, anseio contar ao mundo inteiro o que Jesus fez por mim. E como desejo, com grande ardor, meu bem, ser capaz de levar-te a sentir e conhecer o amor de Deus em Cristo Jesus! Daria o mundo para estar contigo e informar-te sobre a pérola de grande preço.
Meu querido amor, como não nos veremos mais neste vale de lágrimas, deixa-me expor-te este último desejo: se algum dia fui querido por ti, suplico-te que não negligencies este último conselho de teu marido, que está morrendo, isto é: rende-te a Deus. Lê a Bíblia e bons livros, freqüenta os cultos de um povo chamado evangélico; e que Deus te guie em seus caminhos.
Esforça-te por criar nossos filhos no temor do Senhor. Não prendas o teu coração às coisas vãs e materiais deste mundo. O céu e o amor de Deus são as únicas coisas que demandam nosso coração e merecem possuí-lo.

És ainda jovem e não posso desejar que, estando eu frio debaixo da terra, não te cases novamente. Mas deixa-me dar-te um conselho: não te cases com alguém, por mais simpático ou rico que seja, que não ame e tema a Deus; esta é a única coisa necessária.
Fui um marido mau para ti, um filho desobediente para meus pais, um rebelde para Deus. Que Deus tenha misericórdia de mim, pecador! Morro em paz com todo o mundo. Morro na plena segurança da glória eterna. Mais uns momentos, minha alma se juntará às fileiras dos espíritos desencarnados, na grande assembléia da Igreja do Unigênito, que está estabelecida no céu. Meu único amor, eu te peço, eu te peço, eu te imploro, eu te suplico que venhas ter comigo no reino da glória! Ó! corre para os braços, uma vez ensangüentados, de Jesus. Clama por Ele, dia e noite, e Ele te ouvirá e te abençoará!
A vida de um soldado é sangue e crueldade; a de um marinheiro, perigo e morte. A vida de uma cidade é cheia de confusão e lutas; a vida de um país é carregada de labor e fadiga, porém, o maior de todos os males provém de nossa própria natureza pecadora. O mundo, por si mesmo, até agora, nunca tornou ninguém feliz. Somente Deus é a ventura de uma alma justa. Ele está presente em toda a parte, e a Ele temos livre acesso em todos os lugares. Aprendei, pois, queridos filhos, quando crescerdes, a procurar a felicidade permanente em Deus, através do Redentor Crucificado.
Meu querido amor, mais eu diria, porém a vida se me esvai. Meus sentimentos cessam de executar suas funções. Anjos de luz rodeiam a relva ensangüentada em que estou deitado, prontos a escoltar-me para os braços de meu Jesus. Santos curvados mostram-me minha brilhante coroa e acenam-me de longe. Sim, penso que meu Jesus me convida a ir. Adeus, adeus, querido amor.

John Randon

A CABANA - Estou postando mais um pouco sobre este livro que ainda no meio evangélico tem sido um sucesso.




A Cabana - A Perda da Arte de Discernimento Evangélico


Albert Mohler Jr.


Dr. Albert Mohler é o presidente do Southern Baptist Theological Seminary, pertencente à Convenção Batista do Sul dos Estados Unidos; é pastor, professor, teólogo, autor e conferencista internacional, reconhecido pela revista Times como um dos principais líderes entre o povo evangélico norte-americano. É casado com Mary e tem dois filhos, Katie e Christopher.

O mundo editorial vê poucos livros atingirem o status de "sucesso". No entanto, o livro A Cabana, escrito por William Paul Yong, superou esse status. O livro, publicado originalmente pelo próprio autor e dois amigos, já vendeu mais de dez milhões de cópias e já foi traduzido para mais de trinta idiomas. É, agora, um dos livros mais vendidos de todos os tempos, e seus leitores estão entusiasmados.
De acordo com Young, o livro foi escrito originalmente para seus próprios filhos. Em essência, ele pode ser descrito como uma teodicéia em forma de narrativa – uma tentativa de responder à questão do mal e do caráter de Deus por meio de uma história. Nessa história, o personagem principal está entristecido por causa do rapto e do assassinato brutal de sua filha de sete anos, quando recebe aquilo que se torna uma intimação de Deus para encontrá-lo na mesma cabana em que a menina foi morta.
Na cabana, "Mack" se encontra com a Trindade divina, onde Deus, o Pai, é representado como "Papai", uma mulher afro-americana, e Jesus, por um carpinteiro judeu, e "Sarayu", uma mulher asiática, é identificada como o Espírito Santo. O livro é, principalmente, uma série de diálogos entre Mack, Papai, Jesus e Sarayu. As conversas revelam que Deus é bem diferente do Deus da Bíblia. "Papai" é absolutamente alguém que não faz julgamentos e parece determinado a afirmar que toda a humanidade já está redimida.
A teologia de A Cabana não é incidental à história. De fato, em muitos pontos a narrativa serve, principalmente, como uma estrutura para os diálogos. E estes revelam uma teologia que, no melhor, é não-convencional e, sem dúvida, herética em certos aspectos.
Embora o artifício literário de uma "trindade" não-convencional de pessoas divinas seja, em si mesmo, antibíblico e perigoso, as explicações teológicas são piores. "Papai" conta a Mack sobre o tempo em que as três pessoas da Trindade manifestaram-se da seguinte forma: "nós falamos com a humanidade através da existência humana como Filho de Deus". Em nenhuma passagem da Bíblia, o Pai ou o Espírito Santos é descrito como assumindo a forma humana. A cristologia do livro é confusa. "Papai" diz a Mack que, embora Jesus seja plenamente Deus, "ele nunca usou a sua natureza como Deus para fazer qualquer coisa". Eles apenas viveu do seu relacionamento comigo, da mesma maneira como eu desejo me relacionar com qualquer ser humano". Quando Jesus curou o cego, "Ele fez isso como um ser humano dependente que confiava em minha vida e poder para agir nele e por meio dele. Jesus, como ser humano, não tinha qualquer poder em si mesmo para curar alguém".
Embora haja muita confusão teológica a ser esclarecida no livro, basta dizer que a igreja cristã tem lutado por séculos para chegar a um entendimento fiel da Trindade, a fim de evitar esse tipo de confusão – reconhecendo que a fé cristã está, ela mesma, em perigo.
Jesus diz a Mack que ele é "o melhor caminho para qualquer ser humano se relacionar com Papai ou com Sarayu". Não é o único caminho, mas o melhorcaminho.
Em outro capítulo, "Papai" corrige a teologia de Mack afirmando: "Eu não preciso punir as pessoas pelos seus pecados. O pecado é a sua própria punição, que devora você a partir do interior. Não tenho o propósito de punir o pecado; tenho alegria em curá-lo". Sem dúvida, a alegria de Deus está na expiação realizada pelo Filho. No entanto, a Bíblia revela consistentemente que Deus é o Juiz santo e reto, que punirá pecadores. A idéia de que o pecado é a "sua própria punição" se encaixa no conceito do karma, e não no evangelho cristão.
O relacionamento do Pai com o Filho, revelado em textos como João 17, é rejeitado em favor de uma absoluta igualdade de autoridade entre as pessoas da Trindade. "Papai" explica que "não temos qualquer conceito de autoridade final entre nós, somente unidade". Em um dos mais bizarros parágrafos do livro, Jesus diz a Mack: "Papai é tão submisso a mim como o sou a ele, ou Sarayu a mim, ou Papai a ela. Submissão não diz respeito à autoridade e à obediência; é um relacionamento de amor e respeito. De fato, somos submissos a você da mesma maneira".
Essa hipotética submissão da Trindade a um ser humano – ou a todos os seres humanos – é uma inovação teológica do tipo mais extremo e perigoso. A essência da idolatria é a auto-adoração, e essa noção da Trindade submissa (em algum sentido) à humanidade é indiscutivelmente idólatra.
O aspecto mais controverso da mensagem de A Cabana gira em torno das questões do universalismo, da redenção universal e da reconciliação final. Jesus diz a Mack: "Aqueles que me amam procedem de todo sistema que existe. São budistas, mórmons, batistas, islamitas, democratas, republicanos e muitos que não votam ou não fazem parte de qualquer igreja ou de instituições religiosas". Jesus acrescenta: "Não tenho desejo de torná-los cristãos, mas quero unir-me a eles em sua transformação em filhos e filhas de meu Papai, em meus irmãos e irmãs, meus amados".
Em seguida, Mack faz a pergunta óbvia: Todos os caminhos levam a Cristo? Jesus responde: "Muitos dos caminhos não levam a lugar algum. O que isso significa é que eu irei a qualquer caminho para encontrar vocês".
Devido ao contexto, é impossível extrair conclusões essencialmente universalistas ou inclusivistas quanto ao significado de Yong. "Papai" repreende Mack dizendo que está agora reconciliado com todo o mundo. Mack replica: "Todo o mundo? Você quer dizer aqueles que crêem em você, não é?" "Papai responde: "Todo o mundo, Mack".
No todo, isso significa algo bem próximo da doutrina da reconciliação proposta por Karl Barth. E, embora Wayne Jacobson, o colaborador de Young, tenha lamentado haver pessoas que acusam o livro de ensinar a reconciliação final, ele reconhece que as primeiras edições do manuscrito foram influenciadas indevidamente pela "parcialidade, na época," de Young para com a reconciliação final – a crença de que a cruz e a ressurreição de Cristo realizaram a reconciliação unilateral de todos os pecadores (e de toda a criação) com Deus.
James B. DeYoung, do Western Theological Seminary, um erudito em Novo Testamento que conheceu Young por vários anos, documenta a aceitação de Young quanto a uma forma de "universalismo cristão". A Cabana, ele conclui, "descansa sobre o fundamento da reconciliação universal".
Apesar de que Wayne Jacobson e outros se queixam daqueles que identificam heresia em A Cabana, o fato é que a igreja cristã tem identificado, explicitamente, esses ensinos como heresia. A pergunta óbvia é esta: por que tantos cristãos evangélicos parecem ser atraídos não somente à história, mas também à teologia apresentada na narrativa – uma teologia que, em vários pontos, está em conflito com as convicções evangélicas?
Os observadores evangélicos não estão sozinhos em fazer essa pergunta. Escrevendo em The Chronicle of High Education (A Crônica da Educação Superior), o professor Timothy Beal, da Case Western University, argumentou que a popularidade de A Cabana sugere que os evangélicos devem estar mudando a sua teologia. Ele cita os "modelos metafóricos não-bíblicos de Deus" no livro, bem como seu modelo "não-hierárquico" da Tridade e, mais notavelmente, "sua teologia de salvação universal".
Beal afirma que nada dessa teologia faz parte das "principais correntes teológicas evangélicas" e explica: "De fato, essas três coisas estão arraigadas no discurso teológico acadêmico radical e liberal dos anos 1970 e 1980 – que influenciou profundamente os feministas contemporâneos e a teologia da libertação, mas que, até agora, teve muito pouco impacto nas imaginações teológicas de não-acadêmicos, especialmente dentro das principais correntes religiosas".
Em seguida, ele pergunta: "O que essas idéias teológicas progressistas estão fazendo no fenômeno da ficção evangélica?" Ele responde: "Desconhecidas para muitos de nós, elas têm estado presente em muitos segmentos liberais do pensamento evangélico durante décadas". Agora, ele diz, A Cabanaintroduziu e popularizou esses conceitos liberais até entre as principais denominações evangélicas.
Timothy Beal não pode ser rejeitado como um conservador e "caçador de heresias". Ele está admirado com o fato de que essas "idéias teológicas progressistas" estão "se introduzindo aos poucos na cultura popular por meio de A Cabana".
De modo semelhante, escrevendo em Books & Culture (Livros e Cultura), Katharine Jeffrey conclui que A Cabana "oferece uma teodicéia pós-moderna e pós-bíblica". Embora sua principal preocupação seja o lugar do livro "num panorama literário cristão", ela não pôde evitar o lidar com a sua mensagem teológica.
Ao avaliar o livro, deve-se ter em mente que A Cabana é uma obra de ficção. Contudo, é também um argumento teológico, e isso não pode ser negado. Diversos romances notáveis e obras de literatura contêm teologia aberrante e heresia. A pergunta crucial é se as doutrinas aberrantes são características da história ou são a mensagem da obra. Em A Cabana, o fato inquietante é que muitos leitores são atraídos à mensagem teológica do livro e não percebem como ela conflita com a Bíblia em muitos assuntos cruciais.
Tudo isso revela um fracasso desastroso do discernimento evangélico. Dificilmente não concluímos que o discernimento teológico é agora uma arte perdida entre os evangélicos – e esse erro pode levar tão-somente à catástrofe teológica.
A resposta não é banir A Cabana ou arrancá-lo das mãos dos leitores. Não precisamos temer livros – temos de estar prontos para responder-lhes. Necessitamos desesperadamente de uma redescoberta teológica que só pode vir de praticarmos o discernimento bíblico. Isso exigirá que identifiquemos os perigos doutrinários de A Cabana. Mas a nossa principal tarefa consiste em familiarizar novamente os evangélicos com os ensinos da Bíblia sobre esses assuntos e fomentar um rearmamento doutrinário de cristãos evangélicos.
A Cabana é um alerta para o cristianismo evangélico. Uma avaliação como a que Timothy Beal ofereceu é reveladora. A popularidade desse livro entre os evangélicos só pode ser explicada pela falta de conhecimento teológico básico entre nós – um fracasso em entender o evangelho de Cristo. A tragédia de que os evangélicos perderam a arte de discernimento bíblico se origina na desastrosa perda do conhecimento da Bíblia. O discernimento não pode sobreviver sem doutrina.


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Traduzido por: Wellington Ferreira

Copyright:

© R. Albert Mohler Jr.

Traduzido do original em inglês: The Shack — The Missing Art of Evangelical Discernment.

www.albertmohler.com


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terça-feira, 25 de outubro de 2011

NAMORO E CONTATO FÍSICO - Pr. Augustus Nicodemus Lopes

Oi, Maria do Socorro,

Fico feliz em saber que meu primeiro email ajudou você e o Cardoso a perceberem a importância da comunicação no namoro e como isto é importante como parte da preparação para o casamento.

Você pediu minha opinião sobre o contato físico no namoro. Tenho percebido que esta é uma área que provoca muitos problemas para os namorados cristãos. Beijos e abraços, depois de certos limites (que nem sempre são fáceis de colocar) despertam paixões e desejos que não devem ser satisfeitos no namoro, e que acabam levando os dois a passar dos limites. Não poucas vezes termina em relações sexuais no banco traseiro do carro, num motel ou na casa de alguém.

Como eu disse no email anterior, não há referências diretas na Bíblia ao namoro, uma vez que este tipo de relacionamento era completamente estranho para os israelitas e demais povos do Antigo Oriente. Todavia, encontramos vários principios na Palavra de Deus que podem nos ajudar nesta área. Menciono alguns aqui para vocês.

Primeiro, temos o princípio de não provocar ou despertar as paixões sexuais antes do tempo correto - que seria após o casamento. Veja o que Paulo escreveu aos crentes de Tessalônica:

3 Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 
4 que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 
5 não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; 
6 e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos e testificamos claramente, é o vingador, 
7 porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. 
8 Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo" (1Tess 4:3-8).

Paulo faz um contraste entre os que foram chamados por Deus para a santificação, e os gentios que estão cheios de desejos de lascívia. Nós devemos nos manter longe da impureza e manter nossos corpos no caminho da santificação.

Veja o que Paulo diz no versículo 6, sobre "não ofender e não defraudar o irmão". "Defraudar" significa privar alguém de alguma coisa de forma ilegal. No contexto, pode ser interpretado da seguinte maneira: quando provocamos pelo abuso do contato físico desejos que não podem ser satisfeitos de maneira legítima fora do casamento, estamos defraudando o namorado ou a namorada. E Deus se vinga destas coisas (versículo 7-8).

Segundo princípio: o sexo é para o casamento. Já escrevi vários posts sobre este assunto:
 Por favor, leia todos eles e medite nestas palavras de Paulo, que resumem bem este princípio:

1  Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque em mulher;
2 mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido. 
3 O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido (1Cor 7:1-3).

Aqui percebemos claramente que a solução para a "impureza" - que no contexto é claramente de natureza sexual - é o casamento. Mais adiante, neste mesmo capítulo, Paulo escreve:

8  E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. 
9 Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado 1Cor 7:8-9).

É a mesma coisa: quem não consegue dominar-se e vive queimando no fogo da paixão sexual, deve casar logo, pois somente no casamento é que se pode satisfazer esta paixão de maneira legítima.

Portanto, meu conselho a vocês dois é este:

  1. Não fiquem muito tempo sozinhos em lugar reservado;
  2. Não se vista de maneira a provocar e despertar o Cardoso;
  3. Aprenda a dizer "não," se ele começar a passar dos limites. Estes limites não são fáceis de colocar, mas um bom referencial é o que chamamos de "zona erógena," aquelas partes de nosso corpo, além dos órgãos genitais, que reagem prontamente ao contato e à carícia, provocando excitação sexual e todas as demais coisas que vêm junto com isto;
  4. Não coloco uma lista de regrinhas, mas o princípio de evitar todo contato que vai despertar sexualmente, provocar excitamento, e levar muito próximo da quebra das barreiras do recato, domínio próprio e vergonha.

É claro que você e Cardoso estarão indo na contramão do que os jovens de hoje pensam, se seguirem o que estou dizendo. Mas casar virgem não é vergonha alguma. A virgindade é colocada na Bíblia como símbolo da pureza da Igreja, a noiva de Cristo.

Espero ter ajudado.

Um abraço,
Augustus


extraído do blog http://tempora-mores.blogspot.com/2011/10/emails-jovem-crista-com-primeiro_22.html

Provérbios 12.9 - Uma meditação feita pelo Pr. Enrico Pasquini

Bom dia, queridos!

"Melhor é não ser ninguém e, ainda assim, ter quem o sirva, do que fingir ser alguém e não ter comida".

Uma das coisas que mais vemos são pessoas tentando impressionar as outras. A preocupação com a opinião dos outros é extrema. Cirurgias plásticas, produtos falsificados, documentação falsa, anabolizantes - essas e muitas outras coisas tem sido procuradas para maquear o que as pessoas realmente são. E a lista é interminável. O motivo? As pessoas querem se passar por alguém que não são para obter o "respeito" dos outros e não se sentirem rejeitadas.

Impressionante vermos a alegria de pessoas quando conseguem iludir outras a respeito do que são. Isso é, no mínimo, ridículo. E, pior do que isso: iludir pessoas para que elas tenham um conceito errado a seu respeito é mentira. E isso tem origem no Diabo (Jo 8.44). Isso mesmo! No Diabo.

Viver de máscaras é um ídolo cultivado a um preço EXTREMAMENTE caro. A pessoa se torna escrava (por escolha própria) de produtos e situações que lhe "ajudam" a impressionar os outros. E vai se afundando (inclusive financeiramente) na busca por um reconhecimento ilusório e temporário.

Felizmente, Deus usa Salomão para corrigir nosso foco. Deus não se importa com o exterior. Ele se interessa por integridade de coração e retidão de vida. Isso me lembra do que passou Davi, pai de Salomão, quando o profeta Samuel foi escolher o novo rei de Israel (1 Samuel 16). O profeta se impressionou com o filho mais velho de Jessé. Mas a resposta de Deus impressiona ainda mais: "Não considere sua aparência nem sua altura, pois eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração" (v. 7).

Viver buscando iludir o próximo ilude apenas aquele que vive assim. Nosso alvo de vida, como cristãos, é viver para glorificar a Deus (1 Co 10.31). As maravilhas de Deus são, sim, capazes de impressionar (sem iludir) os outros. E isto é o que devemos nos preocupar em passar aos outros - as maravilhas de Deus (especialmente o evangelho). Pensemos nisso!

Com carinho,

Enrico Pasquini