quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

UNIVERSIDADE PÓS-MODERNA DE SÃO PAULO

Universidade Pós-Moderna de São Paulo

Talvez daqui a dois anos ninguém mais lembre do nome de Geisy Arruda. Por ora, ela é um dos personagens mais frequentes na mídia brasileira. Tudo por causa de um microvestido com que foi assistir aula.

Quem poderia imaginar que isso teria tamanha repercussão num pais onde a nudez é abertamente defendida e praticada? E quem diria que pessoas que abertamente curtem esta nudez (particularmente da mulher alheia) passassem a censurar a exposição parcial do corpo de uma estudante?

Interessantemente, a defesa maior vem do establishment acadêmico em nome de uma absoluta negação de qualquer tipo de norma ou limite para o comportamento, o traje, e a opinião de quem quer que seja sobre qualquer assunto que seja. Em outras palavras, ética é algo tão pessoal que ninguém está habilitado a expressar valor com respeito às ações (ou ausência de ação) de outra pessoa (ou instituição). Curiosamente, a UNIBAN, cuja decisão ética supostamente seria inatacável, pelo raciocínio acima, foi alvo de críticas particulares, públicas e oficiais dos ultra-tolerantes. No mínimo, curioso.

O fato é que esse episódio tupiniquim reflete conclusões de pesquisas que apontam para uma profunda crise ética em nossas universidades. Exemplo: cerca de 20% dos estudantes de uma universidade particular nos EUA considera-se incapaz de pronunciar uma avaliação moral sobre o Holocausto. Mesmo os que não simpatizam com os atos dos nazistas não ousam chamar tal barbárie de erro, ou mal, porque estão encharcados com o relativismo multiculturalmente “tolerante” (as aspas são deliberadas) dos nossos campi.

A verdade é a vítima mais comum num ambiente em que ela é vista como fruto de idéias particulares de uma comunidade, ou ferramenta dos poderosos para dominar os mais fracos. A discordância em favor de um conceito absoluto de verdade é prontamente abafada aos gritos de “fundamentalista!”, “xiita”, e outros xingamentos pós-modernos.

Na prática, o que os pais que sustentam seus filhos na universidade estão pagando é a destruição da bússola moral desses jovens. Particularmente assustadora é a maneira em que a história é re-lida e metamorfoseada, de tal modo que crenças pouco fundamentadas são facilmente desconstruídas e a “fé” herdada dos pais se transforma numa tradição imposta, depois numa farsa a ser rejeitada, e por fim num “conto da carochinha” a ser abandonado (até o dia em a próxima geração comece a dar os inevitáveis sinais de problema).

A conclusão a que as pesquisas mencionadas acima chegaram é óbvia: alunos que terminam a faculdade convencidos de que padrões éticos são meras preferências pessoais tem muito menos probabilidade de mostrar uma ética confiável em suas carreiras posteriores. Pior (e acrescento aqui uma opinião pessoal) alunos que não aceitam o debate moral por se sentirem agredidos, reagirão com violência (verbal ou física) quando forem confrontados com suas escolhas.

Senhores pais, antes de iniciarem um investimento que pode ser um tiro-pela-culatra na vida espiritual de seus filhos, considerem investir um ano em sua preparação espiritual e ética, um verdadeiro vestibular para a vida, em que seu filho dará passos fundamentais para se tornar um líder, não um mero seguidor.


Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Ph.D.

Reitor - SBPV
 
(extraído do site da Palavra da Vida - http://www.opv.org.br/)

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