sexta-feira, 3 de agosto de 2007

OBRIGADO PELAS LEMBRANÇAS

Deuteronômio 8

Esta manhã, enquanto corria, comecei a cantarolar a música que Bob Hope imortalizou durante algumas guerras. Posso ainda lembrar a letra feita sob medida, que servia a toda a ocasião. Ele cantava para os soldados solitérios, marinheiros, pilotos e fuzileiros navais, em selvas enfumaçadas e em depósitos gelados... no tombadilho de porta-aviões e nas plataformas temporárias sobre dunas de areia varridas pelo vento. Os rapazes e moças de uniforme riam e choravam, gritavam e bebiam, sempre à espera do final de Hope, quando ele pegava o microfone e cantava baixinho: "E obrigado pelas lembranças".
Não consigo esquecer o Natal de 1958 em Okinawa. Eu estava saudoso de casa, sentindo falta de minha esposa e contando os dias para voltar. Quando o artista veterano cantou sua última música, cantei junto com ele, envolvido em lembranças. Recordo-me de como fiquei grato por aquele período de serviço: as lições que aprendi, a disciplina que começara a aplicar (graças aos Navegantes), os livros que li, os missionários que encontrei, os lugares visitados, o diário que começara a escrever, as cartas que enviei, os versículos que memorizei, até as coisas que testemunhei num quartel do Corpo de Fuzileiros! Ainda mais importante, o chamado que recebi de Deus para entrar no ministério.
Ao olhar retrospectivamente, tudo o que posso fazer é sorrir... e cantar: "Obrigado pelas lembranças". Tenho feito isso muitas vezes, ao pensar nas várias coisas que Deus operou em mim, através de mim, para mim, e em algumas ocasiões, apesar de mim! Não posso senão louvá-lo em meu coração, por isso.
Patorear uma igreja tem sido o mais sublime de todos os chamados. Nessa posição, a pessoa tem o privilégio de tocar a vida em seus pontos mais sensíveis... Andar com o sofrimento através dos seus vales mais sombrios... Proclamar a verdade em sua forma mais pura... Confrontar o pecado em suas cenas mais odiosas... Ser exemplo de integridade em seu mais alto grau enquanto todos estão olhando, mas também quando não há ninguém. Não me admiro com fato de ser necessário um chamado de Deus para entrar no ministério, ou de os conflitos poderem levar a um afastamento dele.
Depois de todos esses anos digo um sonoro: "Obrigado pelas lembranças!" Pelas conversões que ocorreram, os vícios vencidos, os casamentos restaurados, as vidas despedaçadas e reconstruídas. Essas lembranças permanecem comigo e voltam freqüentemente a me visitar, em geral, quando agradeço a ele por sua fidelidade.
Quem sabe que outras surpresas Deus guarda além do horizonte? Não sei o que o futuro reserva, mas faço hoje uma pausa e louvo... agradecendo-lhe pelas lembranças.
Sabemos quem guarda o futuro... ao agradecer a ele pelo passado.
(extraído do livro - Dia a Dia - Charles Swindoll - pag. 25 - Ed. Mundo Cristão)

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