terça-feira, 19 de janeiro de 2010

JUDAS, o sedutor

Eleitoralmente falando, 2010 já começou. De novo, já podemos assistir a deformação que representa a tentativa de transformar rebanhos em currais, pseudos líderes que se acham no direito de determinar em quem se deve votar e os catastróficos périplos da demagogia incoerente de candidatos, mera captadora de votos. E assim vamos assistindo ao espetáculo triste, deprimente. Pluralidade é uma coisa. Enganação das ovelhas é outra.

Neste cenário, sem tirar nem por, Sua Excelência, o presidente da República, disse publicamente que se Jesus, nosso Senhor, tivesse que fazer política em nosso País, uma coalizão partidária com Judas seria inevitável. Como muita gente, que nada sabe sobre a Bíblia e menos ainda dos ensinamentos do Mestre, considerou essa declaração algo normalíssimo, cabe colocar os pingos nos is. Como o presidente não é teólogo e nem biblista, nem é obrigado a ser, as explicações mais do que necessárias servem a ele também. Pelo menos para respeitar o Santo nome do Senhor Jesus.

PRIMEIRO: A Palavra. Está escrito, em Gálatas 6.7 - "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará."

SEGUNDO: os ensinamentos de Jesus a respeito dos fariseus, e dos saduceus também, são claríssimos.

A questão não gira em torno dos prtidos, onde existem exceções à regra. O tema da advertência gira em torno das pessoas que são uma coisa por fora e outra, completamente diferente, por dentro. Sepulcros caiados, como sabemos pela pedagogia perfeita. No tom do presidente, soa algo maquiavélico, pois os objetivos a serem alcançados justificariam os meios adotados, mesmo que sob pagamento de 30 dinares pelo beijo de traição. Se ele acredita que essa regra política seja recomendável, a regra sedutora obviamente não serve para o cristianismo. Precisamos vigiar e orar. Os filisteus também estão de plantão. Mas até aqui o Senhor nos tem ajudado. Jesus não poupou o uso de palavras mais ásperas para classificar os dissimulados, os não sinceros, os cínicos e hiócritas da vida. Eles continuam contemporâneos. Claro que não se pode aceitar uma filosofia de Judas para governar o Brasil, um Estado, um município, um Senado, uma Assembléia, uma Câmara Federal ou Municipal. Não e não: impossível a aliança ética com fariseus.

Paralelamente às referências a Judas, tivemos o lançamento do livro "CAIM", de autoria de José Saramago, primeiro Nobel de literatura em língua portuguesa. Na esteira de Richard Dawkins, atrevido néscio inglês, autor de "DEUS, UM DELÍRIO", o escritor português bate na tecla que Deus "não existe", mas não hesita em atribuir a ELE os males do mundo, como se abrisse uma nova caixa de Pandora. Até para ser ateu, a cultura é indispensável. Ambos não se preocupam com a incoerência: de um lado, negam a existência do CRIADOR. De outro, culpam-no por tudo que de errado existe no planeta. É preciso consignar: Saramago sabe escrever com talento, mas usa a arte para insultar o Altíssimo com palavras impossíveis de se repetir, aqui. Parece obcecado, raivoso, e para fazer a tessitura das palavras não hesita em adulterar dolosamente o texto bíblico, como colocar Caim na condição de alguém humilhado pelo irmão e mal-amado. Ou seja: não resiste a uma análise.

Estamos sob ataque. Vamos vestir a armadura de Deus para resistir ao dia mau, tendo condições de vencer tudo e permanecer inabaláveis (Efésios 6.13). Coragem irmãos!


(extraído da Revista Eclésia - Ano 13 - Edição 139 - Percival de Souza - pág. 82)

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